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quarta-feira, 10 de julho de 2013

ALMEIDA, M. Gestão de tecnologias na escola. Série “Tecnologia e Educação: Novos tempos, outros rumos” - Programa Salto para o Futuro, Setembro, 2002. Disponível em http://moodle.mec.gov.br/unb/mod/data/view.php?d=104&rid=839

Resumo:
O texto cita e explicita inúmeras vezes as vantagens do uso das TIC na gestão escolar, principalmente como uma porta para mudanças. Mas para que estas ocorram é necessário que o gestor encare o desafio de transformar a escola em um espaço colaborativo, globalizado e conectado. Para isso é essencial a criação e participação em comunidades colaborativas onde a qualidade no processo de interação, que é o foco dessas, sirva para construção de redes de informações que propiciem a troca de conhecimentos e vivências. Além disso, o uso das tecnologias fornecem novas ferramentas para os professores, anunciando um tempo de mudanças onde a interação, seja ela virtual ou presencial, é de extrema valia e a forma de aprender é diferenciada para cada indivíduo.

2) Citações principais do texto:
“(...) o uso das tecnologias de informação e comunicação - TIC na escola, principalmente com o acesso à Internet (2), contribui para expandir o acesso à informação atualizada e, principalmente, para promover a criação de comunidades colaborativas que privilegiam a comunicação; permitem estabelecer novas relações com o saber que ultrapassam os limites dos materiais instrucionais tradicionais e rompem com os muros da escola, articulando-os com outros espaços produtores do conhecimento, o que poderá resultar em mudanças substanciais em seu interior. Criam-se possibilidades de redimensionar o espaço escolar, tornando-o aberto e flexível, propiciando a gestão participativa, o ensino e a aprendizagem em um processo colaborativo, no qual professores e alunos trocam informações e experiências entre eles e entre as outras pessoas que atuam no interior da escola, bem como com outros agentes externos.” (p. 1)
“Não se pode esperar que as TIC funcionem como catalisadores dessa mudança, uma vez que não basta o rápido acesso a informações atualizadas continuamente, nem a simples adoção de novos métodos e estratégias de ensino ou de gestão.(...) Como, porém, transformar a escola de hoje em um espaço articulador e produtor de conhecimento, aberto à comunidade e integrado ao mundo?” ( p. 2)
“O fator primordial para a criação de comunidades e culturas colaborativas de aprendizagem, intercâmbio e colaboração é a qualidade da interação, quer presencial ou a distância, cuja criação poderá viabilizar-se a partir da formação continuada e em serviço do educador.” (p. 2)
“Várias atividades de formação de educadores para o uso pedagógico das TIC têm se desenvolvido na modalidade de formação em serviço contextualizada na realidade da escola e na prática pedagógica do professor, o que constitui um avanço. Mesmo assim, outras dificuldades se fazem presentes, as quais se relacionam tanto com a ausência de condições físicas, materiais e técnicas adequadas, quanto com a postura dos dirigentes escolares, pouco familiarizados com a questão tecnológica. Isto dificulta a sua compreensão a respeito da potencialidade das TIC para a melhoria de qualidade do processo de ensino e de aprendizagem, bem como para a gestão escolar participativa, articulando as dimensões técnico-administrativa e pedagógica, com vistas à finalidade maior da educação: o desenvolvimento humano.” (p. 2)
“Desta forma, a incorporação das TIC na escola e na prática pedagógica não mais se limita à formação dos professores, mas se volta também para a preparação de dirigentes escolares e seus colaboradores, propiciando-lhes o domínio das TIC para que possam auxiliar na gestão escolar e, simultaneamente, provocar a tomada de consciência sobre as contribuições dessa tecnologia ao processo de ensino e aprendizagem. Cria-se, assim, um ambiente de formação para que o diretor escolar possa analisar e reconstruir o seu papel frente às responsabilidades que lhe cabem como liderança da instituição e como gestor do projeto político-pedagógico da escola, bem como pela criação de uma nova cultura da escola, que incorpore as TIC às suas práticas. De modo semelhante, o coordenador pedagógico terá a oportunidade de rever-se e de analisar as contribuições das TIC para desempenhar o papel de articulador entre as dimensões pedagógicas e administrativas da escola.” (p. 5)
“Tais ambientes virtuais, denominados também de redes colaborativas de aprendizagem, permitem aos participantes trocar informações e respectivas experiências, estimular a discussão de problemáticas e temas de interesses comuns, incentivar o desenvolvimento de atividades colaborativas para compreender seus problemas e encontrar alternativas para enfrentá-los e sobrepujá-los.” (p. 6)
“Em um ambiente virtual de aprendizagem, cada pessoa tem a oportunidade de percorrer distintos caminhos, os nós e as conexões existentes entre informações, textos e imagens; criar novas conexões, ligar contextos, mídias e recursos. Cada nó representa um espaço de referência e interação que pode ser visitado, explorado, trabalhado, não caracterizando local de visita obrigatória.” (p. 6)
“Os participantes desse ambiente são incitados a ler e a interpretar o pensamento do outro, expressar ideias próprias através da escrita, conviver com a diversidade e a singularidade, trocar experiências, realizar simulações, testar hipóteses, resolver problemas e criar novas situações, engajando-se na construção coletiva de uma ecologia da informação (4), na qual o foco não é a tecnologia, mas a atividade humana em realização.” (p. 6)
“Anuncia-se um novo tempo, cabendo a cada educador, seja gestor ou professor, participar de processos de formação continuada e em serviços que criam a oportunidade de formação de redes colaborativas de aprendizagem apoiadas em ambientes virtuais para encontrar, no coletivo da escola, o caminho evolutivo mais condizente e promissor de acordo com a identidade da escola e com o contexto em que se encontra inserida.” (p. 10)
3) Comentários(parecer e crítica):
Com base nas reflexões trazidas pelo texto, é possível pensar na importância da dinâmica gerencial nas instituições de ensino, visto que o gestor é um forte disseminador da cultura de uso das TIC. É por meio de sua atuação que os demais profissionais da escola poderão criar uma consciência diferenciada sobre as tecnologias, passando a considera-las como instrumentos de extrema importância a serem usados na facilitação tanto do processo ensino aprendizagem quanto das relações interpessoais.
O vislumbre do ambiente escolar como um local de ruptura de limites, pois por meio da TIC é possível deixar de estar preso ao ambiente físico, traz um enriquecimento na formação e ampliação das redes de conhecimento, passando a valorizar a criação, participação e crescimento das redes colaborativas. Estas fazem parte de um processo inovador de aprendizagem, onde a qualidade na interação é o diferencial, sendo que não há possibilidades de retrocesso em sua ocorrência. A tendência é que o aparato tecnológico juntamente com as redes colaborativas invadam, cada vez mais, os espaços públicos e privados. A partir de agora os indivíduos, principalmente da equipe escolar, necessitam conhecer e dominar o uso de tecnologia para se aproximarem da comunidade em que estão inseridos, ampliando o contato e fortalecendo os vínculos.

4)Questionamentos (questões levantadas e dúvidas):

            É possível a criação de uma cultura colaborativa com ampla utilização de TIC em ambiente inadequados para a atuação profissional? Como o gestor pode transformar esse ambiente sem ter o devido apoio financeiro e governamental?

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